Com uma daquelas viradas dramáticas dignas das grandes histórias do futebol,
o Real Madrid enfim chegou a sua tão sonhada décima taça da Liga dos Campeões
neste sábado. O time do técnico Carlo Ancelotti contou com gols de Gareth Bale,
do brasileiro Marcelo e do astro Cristiano Ronaldo para derrotar o Atlético de
Madrid na prorrogação por 3 a 0, depois de buscar um sofrido empate no tempo normal,
por 1 a 1, com gol heroico de Sérgio Ramos.
O gol da igualdade veio apenas aos 48 minutos do segundo tempo, com cabeçada
heroica de Sérgio Ramos. O rival liderava o placar, e já via torcedores
comemorando a conquista, desde os 35 da etapa inicial. E a pressão crescia a
cada minuto até culminar no gol salvador do zagueiro, surpreendendo torcedores
dos dois times presentes no Estádio da Luz, em Lisboa.
No tempo extra, o Real se manteve melhor e chegou ao gol da vitória, do
título e do novo recorde de conquistas na Liga aos 4 minutos da segunda etapa,
com Bale. O tradicional time espanhol buscava o 10º troféu desde 2002, quando
vencera pela última vez. Nas últimas três edições, ainda sob o comando do
técnico José Mourinho, caíra nas semifinais.
A conquista era a que faltava para Cristiano Ronaldo e companhia marcarem
seus nomes definitivamente na história do premiado clube. Para o atacante
português, eleito o melhor do mundo de 2013, o troféu era uma obsessão desde
sua chegada à Madri, em 2009. O título dá o direito ao Real de disputar o
Mundial de Clubes da Fifa, em Marrocos, em dezembro.
O 10º troféu ofusca a decepção da equipe no Campeonato Espanhol, vencido
pelo Atlético, e torna o Real o mais vencedor do país nesta temporada. Antes,
vencera a Copa do Rei ao bater o arquirrival Barcelona na final
Na decisão deste domingo, as duas equipes contaram com baixas de peso. O
Atlético entrou em campo sem Arda Turan, machucado, e arriscou ao escalar o
machucado Diego Costa entre os titulares. O brasileiro naturalizado espanhol
acabou deixando o campo aos 8 minutos. Pelo Real, Xabi Alonso cumpriu suspensão
e Pepe foi vetado por lesão. Mas Benzema, liberado, foi titular.
O JOGO - Cercado de expectativa, o clássico espanhol decepcionou
os torcedores nos primeiros 15 minutos de bola rolando. Com estilo semelhantes,
de solidez na defesa e contra-ataques fulminantes, as duas equipes demoraram a
sair para o jogo, em um duelo feroz pelo domínio do meio-campo.
Assim, a torcida presente no Estádio da Luz pôde ver marcação pegada, muitas
roubadas de bola e passes errados. Enfim, nenhuma jogada com mais três passes
seguidos. O Real ensaiava tomar a iniciativa ao mesmo tempo em que o Atlético
não renunciava ao ataque, apesar da substituição precoce de Diego Costa logo
aos 8 minutos. Sem condições de jogo, ele foi trocado por Adrian López.
Os lances de perigo, contudo, inexistiram até os 31 minutos, justamente
quando o Atlético começava a impor seu jogo em campo. O time de Simeone jogava mais
recuado, à espera do rival, e ameaçava mais no ataque. Na primeira boa chance
da final, o Atlético arrumou um bate-rebate dentro da área do Real e quase
surpreendeu Casillas.
A resposta do Real foi imediata. Bale aproveitou vacilada de Tiago na saída de
bola e impôs correria até entrar na área e bater para fora, desperdiçando
chance incrível. O lance devolveu o equilíbrio à partida, mas que durou apenas
quatro minutos.
Em um confronto truncado e de grandes oportunidades, não surpreendeu quando
o Atlético abriu o placar de bola parada. Aos 35, após escanteio na área, a
defesa do Real afastou mal e Godín, de cabeça, encobriu Casillas. O zagueiro
uruguaio já havia marcado o gol do título espanhol do Atlético, sábado passado,
no empate por 1 a 1 com o Barcelona.
O gol confirmou o domínio recente do Atlético, que reforçava seu estilo
aguerrido em campo. Ocupava cada espaço possível e surpreendia os jogadores do
Real em cada metro quadrado do gramado. O time de Cristiano Ronaldo, apagado na
etapa inicial, tinha 58% de posse de bola, mas não assustava o adversário. E
sentia falta do suspenso Xabi Alonso, substituído por Khedira, que voltou
recentemente a jogar após cinco meses.
Depois do duelo pobre em lances ofensivos na etapa inicial, as duas equipes
fizeram um jogo mais franco no segundo tempo. Mais presente, Cristiano Ronaldo
comandava o Real em cobranças de falta, finalizações dentro da área e cabeçadas
na área. Tinha a companhia de Di Maria, que tentava em jogadas individuais. Mas, ao mesmo tempo em que buscava o ataque, o Real abria espaços na
fragilizada defesa e não conseguia impor pressão sobre a zaga rival. E, assim,
o Atlético quase ampliou aos 11, em chute de Adrian, desviado pela defesa
A partir da metade da etapa, o Real partiu definitivamente para o ataque,
enquanto o Atlético admitia a retranca e apostava nos contra-ataques. Com
Marcelo e Isco, as novidades de Ancelotti para o segundo tempo, o time ganhou
força ofensiva e abria espaço para as investidas de Bale.
A pressão foi longa e acabou dando resultado somente nos acréscimos. Aos 48
minutos do segundo tempo, Sérgio Ramos subiu sozinho de cabeça dentro da área
atleticana e mandou para as redes, após cobrança de escanteio, surpreendendo
torcedores, jornalistas e dirigentes nas arquibancadas do Estádio da Luz.
O gol forçou a prorrogação, na qual o Real manteve o domínio do fim do jogo.
Abatido, o Atlético se mostrava perdido em campo. Defendia-se como podia e
raramente atacava, ainda sem acreditar na reviravolta da partida.
Exibindo grande ritmo, sem cansaço mesmo depois da maratona de 110 minutos,
o Real logo confirmaria o melhor desempenho no placar. E foi o que aconteceu
aos 4 do segundo tempo da prorrogação. Di Maria disparou pela esquerda, entrou
na área e bateu firme. Courtois fez a defesa, mas deu rebote para Bale
completar de cabeça dentro da pequena área.
Sem perder o embalo, o Real ainda marcou mais duas vezes antes de comemorar
o 10º troféu. Aos 12, Marcelo disparou pelo meio, entrou na área e bateu para
as redes, sem enfrentar maior resistência da zaga. Dois minutos depois, Godín
fez pênalti em Cristiano Ronaldo. O atacante converteu a cobrança com
tranquilidade e chegou à marca de 17 gols na competição, ampliando seu recorde
de gols em uma edição da Liga dos Campeões.
FONTE: globoesporte.com
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