Os gritos da torcida do Penapolense logo aos 30
minutos do segundo tempo mostraram um pouco do que vive o atual Corinthians.
“Eliminado! Eliminado!”. O empate sem gols com a equipe de Penápolis, na tarde
deste domingo, no Estádio Tenente Carriço, eliminou o Timão do estadual. Um
vexame confirmado após a derrota do São Paulo por 1 a 0 para o Ituano, no
Morumbi, que deixou o time do interior muito perto da vaga. O Audax é o outro
candidato.
Enquanto a torcida do time de Penápolis brincou e
fez piada com o sofrimento do adversário, os corintianos não reclamaram.
Alternaram músicas de apoio com gritos ofensivos ao goleiro do Penapolense –
Rogério Ceni teve a mesma recepção no clássico.
Na última rodada do Paulistão, o Corinthians
recebe o Atlético Sorocaba, domingo que vem, às 16h (horário de Brasília), no
Pacaembu. No mesmo horário, o Penapolense visita o Ituano, no Estádio Novelli
Júnior.
Rival não ajuda; Timão não se ajuda
Durante a semana, o discurso repetido à exaustão
pelos corintianos era de que, primeiro, o time precisava fazer sua parte para
depois pensar no que ocorria no jogo do São Paulo. Antes mesmo de o Ituano
abrir o placar no Morumbi, ficava claro que o Timão teria enorme dificuldade
para se impor em Penápolis.
De volta à equipe, Jadson não conseguiu se livrar
da marcação. Outro discurso recente de Mano era que o Corinthians não dependia
de seu camisa 10 para armar jogadas. Imagine se dependesse... Com o meia
pegando pouco na bola, o Timão viveu de lançamentos em profundidade para
Luciano e Romarinho. Quando a jogada tinha futuro, o gramado irregular do
estádio Tenente Carriço atrapalhava e fazia a bola “pipocar”.
O Penapolense parecia ser o time que buscava a
vaga (e já está classificado!). O caminho para chegar ao gol de Cássio foi
estudado e aprendido com os rivais recentes do Corinthians: explorando as
laterais. Guaru e Petros em Fagner, e Neto em Fábio Santos. O lateral-esquerdo
voltou a ser titular após seis meses e sentiu a falta de ritmo de jogo –
avançou muito pouco e perdeu na marcação, sua especialidade.
O gol do Ituano não mudou o comportamento
alvinegro em campo – só nas arquibancadas, onde o grito ficou mais forte na
tentativa de fazer o time não desanimar. Antes do intervalo, um torcedor do
interior, com sotaque caraterístico da região, bradou:
- Volta logo, Tite – disse, em alusão ao antigo
técnico do Corinthians.
Adeus, Paulistão!
Sem a criação necessária no meio-campo, Mano
Menezes pediu mais bolas aéreas no segundo tempo. Por ali, o panorama melhorou
um pouco, mas não o suficiente para o gol sair. Romarinho, de cabeça, teve
grande oportunidade – só que a bola “pipocou” de novo no gramado e subiu demais.
A entrada de Renato Augusto no lugar de Bruno
Henrique demorou a fazer efeito, até porque o meia havia treinado a semana toda
no lugar de Guilherme, o outro volante. O técnico fez um esboço de três
meio-campistas em linha, com Romarinho mais avançado. Tentativas não faltaram.
A situação, que já não era boa, ainda foi prejudicada pelo árbitro Vinícius
Gonçalves Dias Araujo, que não marcou pênalti claro em Uendel.
O Penapolense controlou o fim do jogo e levou
perigo nas bolas paradas de Guaru. Para o Timão ficou ainda mais difícil após a
expulsão de Cléber. O time do interior não precisava do resultado e se
contentou em estragar um pouco mais o Campeonato Paulista do Corinthians,
eliminado da competição a uma rodada de seu fim. Incompatível para um clube com
tanto investimento e expectativas.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com
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